Antes de pensar em evoluir com qualquer diagnóstico ou tratamento, o primeiro passo de todo profissional de saúde é conhecer o paciente. Para o personal trainer, portanto, isso não é diferente.
Sem conhecer seu cliente você não pode saber o que ele precisa com seu serviço. Logo, sem ter o histórico de um aluno, você não pode recomendar o melhor treino.
E se você sabe disso, você deve entender que a anamnese corporal é uma etapa crucial.
No entanto, você sabe como montar uma ficha de anamnese corporal excelente?
Nesse artigo vamos dar algumas dicas para você se destacar nesse processo e fazer com que seu cliente tenha muito mais confiança em você. Para saber mais, continue acompanhando e boa leitura!
Quer saber como dar uma boa aula de personal trainer? Leia nosso artigo e descubra!
Afinal, o que é Anamnese Corporal?
A anamnese corporal nada mais é do que entrevista realizada pelo profissional de saúde, que nesse caso é o personal trainer, para compreender a situação física do seu paciente, aluno ou cliente.
Esse processo, no entanto, pode acontecer de duas formas: livremente ou dirigido. Por isso, vamos falar um pouco sobre cada um desses formatos.
Anamnese corporal livre
Como o próprio nome sugere, a anamnese corporal livre é feita de forma menos regrada, no qual o profissional vai conversar com o cliente para coletar informações sem ter um roteiro de perguntas ou um questionário fixo.
Dessa forma, o cliente vai trazer as informações e o profissional vai anotar todas elas. O lado negativo dessa forma de fazer anamnese é que, como não há uma ordem de perguntas fixa, algum dado importante pode ser esquecido de perguntar.
Anamnese corporal dirigida
O segundo tipo de anamnese corporal é a dirigida. Ela costuma ser mais comum, pois funciona com um roteiro. Por essa razão, as perguntas já foram formuladas e são direcionadas ao cliente.
Esse formato é melhor e mais prático pois reduz a chance de que alguma informação seja esquecida ou passe despercebida, visto que o profissional vai olhar todas elas antes de perguntar. Quando nos referimos a anamnese corporal, no geral, está se falando desse tipo.
Ficha de Anamnese Corporal: entenda o que é
A ficha de anamnese corporal nada mais é do que o documento escrito que vai reunir todos os dados coletados durante a entrevista. Ela pode tanto ser física como também digital.
Esse registro, por sua vez, vai facilitar o próprio trabalho do profissional., afinal, ele serve de base para todos os seguintes passos no atendimento e no treino do personal trainer.
Considerando isso, o profissional deve ter sempre a ficha de anamnese corporal em mãos. O objetivo dela, por fim, é que a meta do cliente seja alcançada através do procedimento adequado, ou seja, do melhor treino para o aluno.
Qual é a importância da anamnese corporal?
A anamnese corporal, para os personal trainers, é a melhor ferramenta de criar um treino personalizado de acordo com as necessidades do seu aluno, seja perder peso, criar resistência ou conseguir uma hipertrofia.
Além disso, não realizar o acompanhamento através da ficha pode comprometer a saúde do paciente caso ele tenha alguma dor específica que limite certo tipo de exercício.
Trançando o perfil físico e aliando isso a suas expectativas, fica muito mais fácil chegar aonde o seu cliente deseja e, assim, conseguir criar uma fidelização maior com ele.
O que deve conter em uma ficha de anamnese corporal?
E se a ficha de anamnese corporal é importante, saber como montá-la da melhor forma é mais importante ainda. Por isso, vamos falar sobre tudo que deve conter em uma ficha de anamnese corporal.
1. Dados pessoais
O primeiro passo de qualquer anamnese é a identificação do paciente, ou seja, a coleta dos dados pessoais. Você deve identificar quem ele é a partir do nome, endereço, idade, sexo, cor, telefone, profissão, etc.
Outra informação – que apesar de ser opcional, é bastante recomendada para ajudar a mapear seu público – é em relação como os seus clientes te descobriram. Você pode criar várias opções e pedir para ele apenas marcar uma, de forma simples e objetiva.
2. Histórico
Tendo todas as informações pessoais necessárias do paciente, o segundo passo é em relação ao histórico dele, tanto em relação à família como ao indivíduo.
É importante saber se paciente já passou por alguma cirurgia, e por algum tratamento específico. Conhecer o histórico médico e as limitações do paciente vai ajudar a criar um treino bem mais adequado para ele.
Além disso, saber o histórico da família é igualmente importante, pois assim pode-se conhecer a possibilidade de desenvolver alguma doença herdada geneticamente.Saber se existem casos de hipertensão e obesidade faz toda a diferença para conhecer as tendências do paciente.
3. Hábitos
Além da questão genética, conhecer os hábitos do paciente também é essencial. Em primeiro lugar, claro, vem os hábitos relativos às atividades físicas, para saber sua experiência prévia com a atividade e entender os padrões de comportamento.
Junto a isso, saber dados como estilo de vida, alimentação,uso regular de medicamentos, consumo de álcool e cigarro são importantes para compreender como o paciente vai se comportar no treino e como eles interferem na qualidade dele também.
4.Queixas
Em último lugar e, provavelmente, mais importante, você precisa saber a que o paciente veio. Qual é o propósito dele em começar um treino guiado por você?
Mapeie o principal incômodo apresentado pelo paciente, ou seja, a queixa principal (QP). Ela pode ser referente à dor e dificuldade de fazer atividades simples até o desejo pelo emagrecimento.
Como fazer uma boa ficha?
Além de seguir esses passos, é importante levar em conta algumas dicas importantes para ter mais sucesso nas respostas. A seguir, vamos falar sobre elas.
Passe o máximo de confiança possível
Em primeiro lugar, ninguém compartilha informações com quem ela não confia. Por isso, seu principal papel é criar uma relação de confiança com seu paciente para que ele sinta que é possível, até mesmo, desabafar com você.
Para isso, ele precisa saber que não será julgado e que pode contar com sua ajuda. Uma forma de mostrar confiança, também, é sempre ser transparente sobre todos os seus métodos e formas de trabalhar.
Sempre se mostre atento e disponível
Além de criar um ambiente seguro, é essencial que você esteja disposto a escutar tudo que seu paciente tem a dizer. Por mais que ele diga algo que você escuta com frequência, nunca deixe ele pensar que você está cansado do que ele está relatando.
É a sua atenção que vai fazer com que ele fale ainda mais detalhes sobre o seu histórico pessoal e familiar, hábitos e, claro, queixas. Pratique a escuta ativa e instigue ele a falar o quanto quiser.
Jamais corte as falas do seu paciente
Ainda sobre a construção de um diálogo, você deve sempre tentar conduzir a conversa de forma mais leve e estando a frente, mas nunca passe por cima do que ele está falando.
Assim como uma entrevista, quando uma pessoa fala, o outro escuta. Por isso, caso precise fazer perguntas, espere o momento certo para isso, ou seja, quando ele finalizar seu pensamento ou ideia.
Conclusão
A anamnese corporal e a ficha que você cria a partir dela é muito importante para que o seu treino realmente transforme o seu cliente e, principalmente, atinja as metas e objetivos que ele tem com o seu serviço.
Por isso, é essencial ter o maior cuidado possível na hora de coletar as informações, desde os dados pessoais até as queixas. Para uma ficha com excelência, busque ser transparente e confiável, bem como sempre respeite as falas do seu paciente e se mostre atento.
