Para quem trabalha ou pretende trabalhar com fisioterapia, o plano terapêutico é uma ferramenta essencial para esse profissional. No entanto, você sabe como montá-lo de maneira assertiva?
O planejamento terapêutico, de maneira figurada, define o “ponto de partida”, a viagem” e o “destino” que se pretende chegar com o tratamento.
Por isso, existem alguns pontos de atenção para se levar em conta na montagem, como a avaliação inicial, o melhor caminho e, claro, a evolução do paciente.
Considerando a importância dele, resolvemos criar um artigo para te ajudar na hora de montar o seu plano terapêutico de fisioterapia. Se você tem dúvidas sobre esse planejamento, aproveite para tirá-las a seguir. Acompanhe nosso conteúdo e boa leitura!
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O que é um plano terapêutico de fisioterapia?
Desde 2012, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), a partir da Resolução Nº 414/2012, tornou o plano terapêutico na fisioterapia parte obrigatória do prontuário do paciente.
O artigo nº1 da resolução torna “obrigatório o registro em prontuário das atividades assistenciais prestadas pelo fisioterapeuta aos seus clientes/pacientes.”
A resolução também define o plano terapêutico como um documento que reúne a descrição dos procedimentos fisioterapêuticos propostos. O plano precisa ter tanto os objetivos como a conduta que deve ser seguida para alcançá-los.
Além disso, é obrigação do fisioterapeuta manter sigilo de todas as informações contidas no prontuário do paciente, sendo guardado em local que mantenha privacidade. O prontuário fisioterapêutico é do paciente, portanto, só podem ser divulgados com a autorização dele.
Por fim, a guarda do prontuário também é uma responsabilidade do fisioterapeuta ou mesmo da instituição onde a assistência fisioterapêutica foi prestada.
Para que serve o plano terapêutico de fisioterapia?
Em primeiro lugar, o plano terapêutico tem o principal papel de orientar o profissional durante todo o tratamento que será feito por meio da fisioterapia.
Por isso, o plano terapêutico de fisioterapia é uma forma de organizar e tornar a recuperação ainda mais eficaz, uma vez que tudo será realizado de acordo com as melhores técnicas estabelecidas pelo documento.
Para além disso, o plano terapêutico de fisioterapia também é essencial em casos de serviços de saúde multidisciplinares, como a atenção hospitalar e ambulatorial.
Como o paciente passa por diversas especialidades, o contato dos profissionais com o planejamento terapêutico vai servir como base para decisão clínica dos demais profissionais devido às informações contidas.
O que deve constar em um plano terapêutico de fisioterapia?
Como foi estabelecido pela resolução do conselho, devem estar presentes e relatados algumas variáveis:
- Identificação do paciente: nome completo, naturalidade, estado civil, gênero, local e data de nascimento, profissão, endereço comercial e residencial;
- Histórico e exames clínicos e complementares requisitados, bem como antecedentes familiares e tratamentos anteriores já feitos;
- Diagnóstico e provável prognóstico fisioterapêutico inicial;
- Todos os recursos, métodos e técnicas que vão ser utilizados, ou seja, o plano de tratamento em si;
- Objetivo terapêutico a ser alcançado com a fisioterapia;
- Quantitativo previsto de atendimento para alcançar o objetivo;
- Identificação do profissional que prestou a assistência, o qual precisa ser um fisioterapeuta e ter registro no conselho;
- Evolução do quadro de saúde do paciente.
O que deve-se levar em conta no momento de montar o plano?
A maneira mais interessante de montar um plano é através de uma tabela. De forma em texto corrido, pode ser mais difícil encontrar as informações. Portanto, a separação em colunas para cada assunto otimiza a visualização do plano terapêutico.
Na internet é possível encontrar modelos de plano terapêutico de fisioterapia prontos, no entanto, você também pode fazer em uma tabela do excel.
Antes da tabela, no entanto, é preciso que o fisioterapeuta faça a coleta de informações. Por isso, ele deve se atentar aos três principais passos: a avaliação, a escolha do tratamento e o acompanhamento da evolução do paciente.
Avaliação inicial
O primeiro momento, antes de qualquer outra coisa, diz respeito à avaliação inicial. Nessa etapa, o profissional vai analisar toda a condição clínica do paciente, entendendo os sintomas, as queixas e as dificuldades que o levam a procurar uma ajuda terapêutica.
A avaliação inicial vai servir para indicar o diagnóstico do paciente. Nessa coluna, será preciso descrever detalhadamente toda a condição do paciente, incluindo os fatores que levaram a tal diagnóstico.
Tratamento mais eficaz
Identificado o quadro clínico do paciente, chega o momento de escolher o tratamento mais eficaz e indicado. A melhor conduta – ou seja, técnica – vai depender, principalmente, das particulares do próprio paciente.
Com isso, o paciente vai conseguir escolher o melhor tratamento para reabilitação do paciente, ou seja, o tratamento que melhor serve para amenizar os sintomas e resolver seus problemas de saúde do enfermo.
Após escolhê-lo, o fisioterapeuta vai precisar orientar quais os procedimentos serão usados. Eles deverão estar acompanhados do número de exercícios, repetições e o tempo de execução necessários.
O protocolo, no entanto, pode ir além das sessões de terapia, podendo estar associado a outras medidas, como uso de medicamentos, aplicação de gelo, imobilização ou repouso.
A seguir, veja o exemplo de uma protocolo simples do plano terapêutico de fisioterapia para essa etapa:
| Procedimentos | Repetições por atendimento | Número de atendimentos | Objetivos do procedimento |
| Alongamento | 3 x 2″ | 10 vezes | ajuste da artrocinemática |
| Mobilização articular | 3 x de 10 rep. | 10 vezes | ajuste da artrocinemática |
| Crioterapia | 15″ | 10 vezes | analgesia e redução do edema |
Evolução
Por fim, e não menos importante, acompanhar e relatar o quadro evolutivo do paciente dentro do planejamento terapêutico é fundamental.
A cada etapa finalizada, o profissional deve avaliar o avanço do paciente e a depender de como ele responder, se for preciso, pode adaptar algumas práticas do protocolo para que os resultados sejam mais assertivos.
Com essa observação próxima da evolução, as chances de que um indivíduo esteja completamente recuperado após o tratamento são muito maiores.
Conclusão
Antes de qualquer sessão de fisioterapia, o profissional precisa elaborar um plano terapêutico, que, inclusive, é uma obrigação prevista na lei. Por isso, a gente te mostrou tudo que precisa constar em um.
Na hora de montar o seu, fique livre para escolher o formato, mas sempre faça uma boa avaliação, escolha o melhor tratamento e, ainda, não deixe de acompanhar seus pacientes de perto.
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